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roblemas respiratórios podem ser comuns nos gatos. A rinotraqueíte felina é uma doença altamente contagiosa entre os bichanos que afeta, principalmente, os mais jovens e não vacinados. Conhecida também como gripe felina, pois causa sintomas muito semelhantes aos nossos resfriados, a enfermidade pode causar problemas graves à saúde dos animais e o acompanhamento veterinário é essencial. Quer entender mais sobre a rinotraqueíte felina? É só continuar a leitura.

O que é rinotraqueíte felina?

A rinotraqueíte é uma doença no trato respiratório, causada por vários agentes: Herpesvírus felino tipo 1 (vírus), Calicivírus felino (vírus) e Chlamydophila felis (bactéria). Em conjunto, esses agentes causam o Complexo Respiratório Viral Felino e são responsáveis por 80% das infecções respiratórias nos bichanos.

Mesmo desenvolvendo sintomas muito parecidos com os resfriados em humanos, a rinotraqueíte felina não é uma gripe. Ela atinge gatos de várias idades, mas, principalmente, os que não foram vacinados e os mais novos. A doença também é mais frequente na época do frio e das chuvas.

A enfermidade pode se manifestar de forma aguda ou crônica. Se você tem dúvida de quanto tempo dura a rinotraqueíte felina, se muito ou pouco tempo, não se preocupe. Os sintomas podem sumir dentro de 10 a 15 dias. Porém, uma vez contaminado, os agentes sempre estarão no seu gatinho, mas inativados.

Como diagnosticar rinotraqueíte felina?

Quanto antes diagnosticar se seu gatinho está com a doença, o tratamento será mais simples e com melhores resultados. Mesmo que não seja uma doença muito grave, o acompanhamento veterinário é muito importante devido ao seu alto contágio.

Então, se perceber qualquer alteração no seu bichano, leve-o ao veterinário para uma consulta, onde serão feitas algumas perguntas, o exame físico e, caso seja necessário, o teste de PCR que detecta o DNA do herpesvírus. A coleta é muito simples: é usado um swab (um cotonete esterilizado) para pegar alguma secreção, que pode ser nasal ou oral. 

Rinotraqueíte felina: transmissão

A rinotraqueíte felina é altamente transmissível. A transmissão se dá por meio de saliva, corrimento nasal ou ocular de um gato infectado para um saudável. Então, se o seu pet costuma passear pelo bairro ou tem mais companheiros em casa, ele pode contaminar ou ser contaminado através de lambeduras (quando dão banho um no outro), brigas, compartilhamento de comedouros, bebedouros e caminhas. Esse é o motivo da doença ser mais disseminada nos dias frios, tanto em casa quanto na rua. No lar, as janelas ficam fechadas e os gatos buscam ficar juntos para se aquecer. 

Após contaminado, o animal pode transmitir a doença durante 3 a 4 semanas, ou seja, mesmo depois de finalizados os sintomas, eles podem ser uma fonte de contaminação de outros bichanos. Por isso, é importante separar os gatos em casa caso um deles for diagnosticado com rinotraqueíte. Eles também não devem usar as mesmas vasilhas de água e ração.

A rinotraqueíte felina não é uma zoonose, ou seja, não é transmitida para humanos.

Rinotraqueíte felina: sintomas e sinais clínicos

Os sintomas mais comuns são muito semelhantes com diversas outras doenças. Esses sinais são conhecidos como não patognomônicos, ou seja, eles não são suficientes para fechar o diagnóstico. Por isso, é necessário o tutor falar com o médico veterinário todo o histórico do gatinho e, dependendo do caso, fazer o exame laboratorial.

Mesmo que a rinotraqueíte felina tenha origem de 3 tipos diferentes de agentes, todos causam, praticamente, os mesmos sintomas. São eles:

  • Apatia: o gato ficará mais quietinho, tentando ficar mais distante;
  • Conjuntivite: pode surgir devido ao acúmulo de secreções nos olhos;
  • Espirros: causa irritação na mucosa do trato respiratório;
  • Estomatite: conhecida também como gengivite, uma infecção na mucosa da boca devido à baixa imunidade;
  • Falta de apetite: mesmo sendo um gatinho guloso, ele vai evitar comer;
  • Febre: a temperatura corporal normal de um gato varia entre 37.5°C a 39,3°C. Portanto, acima desse valor, é considerado febre;
  • Salivação: pode ser causada pela estomatite e é uma forma do organismo expelir os agentes contaminantes;
  • Secreção nasal e ocular: também são uma forma do organismo expelir os agentes contaminantes;
  • Tosse: devido à irritação causada na mucosa do trato respiratório.

Rinotraqueíte tem cura?

Infelizmente não. Uma vez infectado, o gato sempre estará contaminado. O tratamento é apenas aliviar os sintomas, não permitindo que eles se agravem até que os agentes fiquem inativados no organismo. Entretanto, se a imunidade do animal ficar baixa, os agentes infectantes podem causar todos os sintomas novamente.

Uma vez diagnosticada a rinotraqueíte, a terapia suporte será prescrita. São pequenas ações e medicamentos que ajudam o organismo a combater os microrganismos:

  • Antibiótico: prescrito somente em alguns casos para eliminar a Chlamydophila e a infecção bacteriana secundária, ou seja, bactérias oportunistas;
  • Antitérmico: para não permitir que o gatinho tenha febre;
  • Colírio e limpeza dos olhos: o colírio pode ser ou não prescrito, pois, dependendo do caso, a limpeza com soro fisiológico pode ser suficiente;
  • Descongestionante: usado para evitar a dispneia, popularmente conhecida como falta de ar, devido ao acúmulo de muco e secreção nasal;
  • Hidratação: por instinto, os gatos não costumam beber muita água. Por isso, fique de olho e incentive seu gato a se hidratar. Algumas dicas são colocar pedra de gelo, investir em bebedouros automáticos e oferecer sachês. Além de ajudar a repor os fluidos perdidos nas secreções, a ingestão de água vai ajudar no controle da temperatura corporal;
  • Limpeza do nariz: use soro fisiológico e gaze. Assim, o gatinho conseguirá respirar melhor;
  • Nutrição de qualidade: rações Premium ou Super Premium oferecem nutrientes de melhor qualidade para os gatos; o veterinário poderá prescrever suplementos vitamínicos também.

Não se esqueça que os medicamentos devem ser prescritos por um veterinário. Os gatos possuem um metabolismo diferente do nosso e até de cães. Por isso, a dose e a frequência deve ser passada por um profissional para que o bichano não tenha problemas, como intoxicação medicamentosa.

Rinotraqueíte felina: tratamento caseiro - ATENÇÃO!

Não existe uma fórmula ou medicamento específico. Devem ser feitas mudanças no cotidiano do bichano que ajudarão o organismo a combater a doença.

  • Calor: manter a temperatura ambiente em casa. Você pode até colocar cobertores para que ele se sinta bem quentinho;
  • Descanso: além de dormir tranquilamente, o bichano não deve ser forçado a brincar e nem deve sair para passear;
  • Umidade do ambiente: deixe o gatinho bem próximo de um umidificador ou vaporizador durante 10 a 15 minutos. Uma dica é fazer a técnica em um ambiente fechado ou fazer uma pequena tenda com panos. Isso vai ajudar o bichano a respirar melhor, expulsando os mucos. O gato não deve ser deixado sozinho - fique sempre o observando.

Prevenção da rinotraqueíte felina

Para evitar que os gatos adoeçam, a melhor maneira é a vacinação. Lembre-se que nenhum imunizante tem a eficácia em 100%, mas vai deixar o bichano mais forte para combater os agentes infecciosos, fazendo com que os sintomas sejam leves ou nem apareçam, além de evitar a disseminação da doença.

A vacina que protege os gatos da rinotraqueíte felina são as múltiplas ou polivalentes (V3, V4 ou V5). Quando filhotes, o protocolo começa a partir dos 45 dias de vida, finalizando com 3-4 doses com intervalo de 21 a 30 dias entre elas. 

Após esse protocolo inicial, o recomendado é vacinar gatos adultos e filhotes anualmente com 1 dose, garantindo que seu bigodudo sempre esteja protegido. Se você adotou o seu pet já adulto e não sabe se ele tomou os imunizantes quando filhote, o ideal é que ele receba 2 doses da V3, V4 ou V5 com intervalo de 21 a 30 dias entre elas.

Mesmo que seu gato fique apenas no quintal ou apenas dentro de casa, a vacinação é muito importante. Lembre-se que o vírus é eliminado pelas secreções, então se você passar por algum lugar contaminado, os microrganismos podem ser levados para dentro de casa, e, mesmo sem contato direto com outro gato, o seu bichano pode adoecer. Então, mantenha a carteirinha de vacinação do seu gatinho sempre em dia, hein?!

Para vacinar, leve seu gatinho sempre a um veterinário ou peça um atendimento em domicílio. Os animais precisam estar saudáveis antes de serem vacinados, pois se estiverem doentes, a vacina não terá o efeito necessário. O veterinário conseguirá detectar algum problema antes de imunizar seu pet.

Outra forma de prevenção é oferecer uma boa alimentação ao seu animal de estimação. Ela deve ser rica em nutrientes, vitaminas e minerais de boa qualidade para manter a imunidade do bichano alta. Não esqueça da hidratação!

Evite o estresse no seu gatinho. Qualquer mudança no ambiente, pessoas e animais novos já podem deixar seu pet agitado. O estresse causa baixa imunidade, então, precisando fazer qualquer alteração na rotina, faça aos poucos e use truques, como petiscos e feromônios.

Mantenha a casa e as vasilhas de comida e água sempre limpas. O herpesvírus tem pouca resistência fora do organismo, podendo ser eliminado por qualquer solução detergente ou álcool.

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Postado em
December 28, 2022
na categoria
Saúde

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