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panleucopenia felina é uma doença muito perigosa, principalmente entre os filhotes, podendo ser tratada quando diagnosticada com antecedência. Se você já tem um gatinho ou quer ter um, venha aprender mais sobre essa enfermidade e como prevenir o seu bichano de se contaminar.

O que é panleucopenia felina?

A panleucopenia é uma doença muito contagiosa que atinge felinos selvagens e domésticos, principalmente em situação de aglomeração. Ela recebe muitos nomes:

  • Parvovirose felina: é chamada assim pelo fato de ser causada pelo parvovírus, o mesmo vírus que causa parvovirose canina, porém essas doenças são diferentes;
  • Cinomose: sintomas semelhantes, mas não são a mesma coisa; 
  • Laringoenterite contagiosa: por causa da inflamação e infecção que ocorre em todo o trato digestório;
  • Agranulocitose infecciosa: esse nome é dado porque ela causa queda de leucócitos e granulócitos (células de defesa presentes no sangue).

O parvovírus é muito resistente, fazendo com que sua patogenia, ou seja, sua capacidade de contaminar os animais, permaneça por um longo período, mesmo estando só no ambiente.

Como diagnosticar panleucopenia felina?

Para descobrir se seu gatinho está doente, é preciso realizar um atendimento com um médico veterinário. Na consulta, você irá relatar todo o histórico do seu animal: se sai de casa, por onde anda, se está constantemente em contato com outros gatos, se já é vacinado ou não, entre outras questões que o profissional irá questionar. Depois disso, será realizado o exame físico, como palpação abdominal (avaliar se tem dor ou sensibilidade), ver coloração das mucosas (gengiva, debaixo dos olhos), frequências cardíaca e respiratória, entre outras análises. 

Todos esses passos ajudam a ter um melhor direcionamento para qual doença o seu gato tem, mas para fechar o diagnóstico, é preciso o exame laboratorial, como o hemograma, no qual se identifica a quantidade de células no sangue (hemácias, linfócitos, neutrófilos, plaquetas etc). O número de leucócitos (células de defesa) inferior a 1.000/mm³ pode confirmar que é panleucopenia felina em conjunto das primeiras condutas mencionadas. Atestado o diagnóstico, é importante informar outros tutores de gatinhos que tiveram contato com o seu bichano para que todos sejam examinados por um veterinário também.

Panleucopenia felina: transmissão

Para saber como proteger o seu bichano dessa doença, se informar como ocorre o contágio é essencial. A transmissão da panleucopenia felina acontece através do contato com saliva, fezes, urina e vômito de um gato doente. Portanto, evite brigas, compartilhamento de bebedouros, comedouros e brinquedos e passeios em ambientes sujos de excretas.

Como o vírus é eliminado pelas fezes durante meses, mesmo após a cura clínica do gato, ele pode acabar sendo uma fonte de contaminação para outros felinos (fora de casa ou quando não se limpa com frequência a caixa de areia), lembrando que o vírus pode permanecer vivo por mais de um ano no ambiente.

Se você está com receio de que possa se contaminar com a panleucopenia felina, não se preocupe. Essa doença não é uma zoonose, logo, os seres humanos não ficam doentes quando têm contato com um gato contaminado. 

Panleucopenia felina: sintomas e sinais clínicos

Assim que o gato é contaminado, o vírus fica incubado durante uma semana, aproximadamente, antes de começarem a surgir os sintomas. Eles aparecem a partir da multiplicação viral na mucosa e tecidos linfáticos (onde são produzidas as células de defesa do organismo). Por causa do local onde replicam, o sistema imunológico do bichano sofre uma queda, fazendo com que o bichano fique mais vulnerável a outras doenças. Por esse fato, a panleucopenia felina é mais perigosa em filhotes e adultos que não receberam a vacinação.

Os sintomas e sinais clínicos mais comuns são:

  • Diarreia (podendo apresentar sangue);
  • Vômito (com ou sem presença de sangue);
  • Falta de apetite;
  • Dor ou desconforto abdominal;
  • Mucosas esbranquiçadas;
  • Apatia;
  • Lesões em língua e faringe;
  • Alteração na anatomia intestinal (avaliado por um veterinário);
  • Aborto (caso a gata se contamine durante a prenhez);
  • Natimortos (filhotes infectados no útero e não conseguem sobreviver);
  • Hipoplasia cerebelar (filhotes que foram infectados no útero).

Pela queda na imunidade, os sintomas que aparecem podem se desenvolver muito rapidamente, podendo levar ao óbito.

Depois de instalada, mesmo que o gato consiga sobreviver, sua imunidade pode não voltar ao normal já que as células do sistema imunológico são destruídas. Com isso, o cuidado com bichano deve ser redobrado!

Panleucopenia felina: tratamento

A panleucopenia felina tem cura, principalmente se o diagnóstico é feito com antecedência. Quanto mais tempo demora para diagnosticar, mais o sistema imunológico dos gatos é prejudicado.

  • Panleucopenia felina: tratamento caseiro - ATENÇÃO!

Se você pensa em medicar seu gatinho sem a orientação de um veterinário, não faça isso! Não existe tratamento caseiro! Além de você estar colocando a vida do seu pet em risco.

A panleucopenia felina é causada por um vírus, porém não existe um antiviral. Então é possível dizer que não existe um remédio para a cura. O tratamento que será prescrito pelo médico veterinário consiste em 4 principais suportes:

  • Antibióticos: para evitar doenças secundárias, já que ocorre uma imunossupressão;
  • Fluidoterapia: principalmente nos animais que estão com desidratação alta, ajudando a repor os eletrólitos e a água perdidos;
  • Antieméticos: ajuda no controle dos vômitos;
  • Suplementos vitamínicos: como forma de ajudar o organismo a se manter o mais forte possível.

Lembre-se: quanto mais tempo a doença avança, mais difícil é a recuperação do seu gatinho. Então, observe bem seu bichano diariamente e verifique características e odores da urina e fezes. Verifique se as necessidades fisiológicas do seu pet estão dentro da normalidade. Tendo qualquer um desses sintomas, não deixe de levar o seu gato a um médico veterinário!

Panleucopenia felina: vacina e outros métodos de prevenção

Para evitar que os gatos contraiam o parvovírus, a melhor maneira é a vacinação. Nesse tempo que vivemos, você já percebeu que a imunização salva vidas, por isso invista nesse cuidado do seu gatinho!

A vacina que protege contra a panleucopenia felina é a múltipla (V3, V4 ou V5). Em filhotes, seu protocolo começa a partir dos 45 dias de vida, tendo de 3 a 4 doses com espaço de 21 a 30 dias entre elas. Em todas as idades a panleucopenia é preocupante, mas filhotes podem desenvolver sintomas mais graves. Por isso não deixe de vacinar seu gatinho, hein?!

Depois de garantir que seu filhote está protegido, é hora de cuidar dos adultos e idosos. A vacina múltipla deve ser aplicada anualmente para garantir que seu bichano esteja sempre protegido.

Caso seu gato fique apenas dentro de casa, você deve estar pensando se a vacina é realmente necessária. A resposta é sim! Lembre-se que o vírus pode durar mais de um ano no ambiente. Enquanto você está andando na rua, você pode pisar em locais contaminados e acabar levando o vírus para casa. E, se seu gatinho não estiver vacinado, ele pode ficar doente.

Outro detalhe importante sobre a vacinação: ela deve ser feita por um médico veterinário. Essa particularidade deve ser respeitada, pois, para ser imunizado, o gato precisa estar saudável. E apenas um veterinário conseguirá detectar se há algum problema no seu pet antes de aplicar a dose.   

O requisito de estar saudável deve ser respeitado, pois quando o gato está enfrentando uma doença, todas as células de defesa dele estão focadas no combate dessa enfermidade. Se nesse período ele é vacinado, as células de defesa irão perder o foco, fazendo com que ele não consiga desenvolver a imunidade que a vacina geraria e podendo "perder" para doença que o estava acometendo.

Além disso, vacinas podem causar reações alérgicas. Mesmo não sendo muito comum, quando isso acontece em uma clínica ou com a supervisão de um veterinário, isso te dará mais chances de reverter o problema mais rápido.

Outra forma de prevenir a doença é fornecer para o seu gato uma boa alimentação e ter tempo para brincar com ele utilizando brinquedos. Seu gato vai ficar bem nutrido e livre de ansiedade e estresse. 

Se você tiver mais de um bichano ou tiver interesse em ter mais um, mas na sua casa a doença já foi diagnosticada, o recomendado é isolar o bichano doente e higienizar bem todos os ambientes e objetos que ele teve contato. Assim, você evita que os outros gatos da casa contraiam a doença. Utilize água sanitária (diluição 1:30) e hidróxido de sódio, já que desinfetantes comuns não são eficazes por ser um vírus muito resistente.

Fique atento à saúde do seu gatinho! Nós da Guiavet podemos te ajudar no controle das datas de vermífugos, vacinas, anti pulgas/carrapatos para deixar a saúde do seu bichano em dia. Cadastre o seu pet e nos envie uma mensagem!

Para um conhecimento mais aprofundado sobre a doença, você pode dar uma olhada nesses sites:

Postado em
January 12, 2023
na categoria
Saúde

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