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m em cada 10 adultos vive com diabetes no mundo. Dados tão alarmantes fazem com que a doença seja uma preocupação global. Segundo dados da Federação Internacional de Diabetes (IDF), pelo menos 537 pessoas de 20 a 79 anos convivem com a enfermidade. Desse número, quase metade ainda não teve o diagnóstico. 

O cenário no Brasil também é preocupante. O país ocupa o topo do número de pacientes na América Latina e a quarta posição no mundo, com cerca de 15,7 milhões adultos com diabetes. De acordo com  Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), até 2045, 23,2 milhões de brasileiros podem ter a doença. 

O diabetes não é exclusivo para os humanos e também atinge cães e gatos, sendo uma doença comum no dia a dia da clínica veterinária. O diagnóstico e o tratamento são um desafio, já que requer um esforço conjunto do tutor e do médico veterinário, principalmente, na busca de informações corretas e ações válidas para manter a qualidade de vida e o bem-estar do pet. 

Pensando nisso, fizemos um texto para te ajudar a entender melhor sobre o diabetes em cães e gatos, quais tipos podem acometê-los, o diagnóstico, tratamento e controle da doença. Continue a leitura para saber mais! 

O que é diabetes em cães e gatos?

O Diabetes Mellitus (DM) é um transtorno metabólico caracterizado por hiperglicemia, ou seja, pelo aumento de açúcar no sangue, devido à deficiência relativa ou absoluta de produção de insulina no organismo.  A insulina é produzida pelo pâncreas e tem funções anabólicas, favorecendo a síntese de proteínas, glicogênio e triglicerídeos, sendo o fígado, músculo e tecido adiposo seus principais alvos. 

Assim como acontece entre os humanos, há dois tipos de Diabetes Mellitus em cães e gatos: o tipo I e II. O mais comum entre os animais, principalmente entre cadelas idosas e gatos machos idosos, é o  tipo I, chamado de insulinodependente. Ele é caracterizado por baixos níveis de insulina com falta de resposta à administração de glicose e existe a perda das células beta pancreáticas. Já o diabetes mellitus não insulinodependente, que é do tipo II, é caracterizado por níveis normais de insulina, porém sem resposta à administração de glicose. Nos felinos, o tipo II corresponde a cerca de 30% dos casos. 

Entre cães e gatos, os fatores de risco para desenvolver o Diabetes Mellitus podem incluir a resistência à insulina causada por diabetes; algumas doenças, como infecção sistêmica pancreatite; e pelo uso de medicamentos, como esteroides, progestinas e ciclosporina. 

Outro fator de risco suspeito para diabetes em cães e gatos é a genética. Segundo estudos, os cães da raça Terriers Australianos, Beagles, Samoiedas e Keeshond, e gatos birmanês, são mais suscetíveis a serem diagnosticados com a doença.  

Sinais clínicos de diabetes em cães e gatos

De forma geral, os principais sinais clínicos de diabetes em cães e gatos são:

  • Sensação de sede mais intensa, acompanhada pela grande quantidade de ingestão de água (polidipsia);
  • Eliminação acima do normal de urina (poliúria); 
  • Fome excessiva (polifagia);
  • Perda de peso; 
  • Gatos podem desenvolver sinais neurológicos e  postura plantígrada, onde eles passam a apoiar também o tendão ao caminhar. 

O diabetes pode desencadear várias doenças e trazer complicações graves à saúde dos animais de estimação. Entre as mais comuns:

  • Cetoacidose: acontece quando há uma desidratação e aumento de corpos cetônicos no corpo em decorrência da baixa concentração de insulina e altos índices de glicose no sangue. Dessa forma, o corpo utiliza alternativas como suprimento energético. 
  • Catarata: lesão ocular que atinge o olho e deixa a visão opaca e embaçada; 
  • Retinopatia: complicação que afeta os olhos e causa danos aos vasos sanguíneos dentro da retina; 
  • Pancreatite: inflamação no pâncreas que pode promover a destruição progressiva do tecido do órgão; 
  • Lipidose hepática: acúmulo de gordura no fígado; 
  • Glomerulonefropatia: inflamação no rim apontada como uma das principais causas de doença renal crônica;  
  • Hipertensão arterial sistêmica: elevação sustentada dos níveis de pressão arterial; 
  • Infecções bacterianas: principalmente no trato urinário. 

Diagnóstico de diabetes em cães e gatos

O diagnóstico de diabetes em cães e gatos é feito através da avaliação dos sinais clínicos associados aos níveis persistentes de hiperglicemia e glicosúria, que é a presença de glicose na urina. Normalmente, a glicosúria ocorre quando a concentração da glicemia excede aproximadamente 200 mg/dL nos cães e 250 a 300 mg/dL nos gatos. 

Por isso, deixamos um alerta aqui: a qualquer sinal de que seu cão ou gato apresente algum dos sintomas, procure um médico veterinário.Isso porque é necessário realizar exame clínico e avaliação laboratorial completa  (hemograma completo), bioquímica com eletrólitos, análise de urina com cultura, relação proteína/creatinina (RPC) urinária, triglicérides, pressão arterial (PA) e tiroxina (T4) para confirmar o diagnóstico ou descartar a doença no seu amigo de quatro patas. 

Exames complementares de imagem, como a ultrassonografia abdominal, também  podem ser solicitados pelo veterinário para completar o diagnóstico de diabetes e investigar algumas complicações que já citamos acima. 

Tratamento de diabetes em cães e gatos

A base do tratamento de diabetes em cães e gatos é a insulina associada ao manejo alimentar. O objetivo é fazer o controle da glicemia por o máximo de tempo possível durante um dia e evitar a hipoglicemia significativa. Dessa forma, haverá o controle dos sinais clínicos e evitando, assim, as complicações da doença. 

A dose de insulina administrada vai depender da espécie do animal  de estimação e do quadro clínico do paciente. Por isso, nunca administre a substância antes de consultar um médico veterinário. Apenas um profissional poderá orientar sobre a dosagem correta para cada caso. 

Além da administração de insulina, o manejo da dieta terapêutica é essencial durante o tratamento. Entre os objetivos, está a recuperação do peso ideal do animal de estimação com níveis de proteínas e carboidratos apropriados, restrição de gordura, além do controle das calorias e porções.  

Outra aliada no tratamento efetivo é a atividade física. Exercícios regulares e respeitando a condição do animal auxiliam no controle glicêmico, já que ajudam na redução de peso,  eliminam a resistência insulínica induzida pela obesidade, aumenta a mobilização de insulina no local de aplicação e estimula o transporte de glicose nas células musculares. Tanto as orientações sobre a dieta ideal, quanto as atividades indicadas nessa fase, precisam ser feitas por um médico veterinário. 

Controle do índice glicêmico em cães e gatos 

Uma forma de analisar a resposta do tratamento é que o tutor observe a melhora dos sinais clínicos no dia a dia do cão ou gato. Aliado a isso, ele deve ser orientado por um profissional de como manter o controle dos valores de glicemia em casa. 

Nesse contexto, o aplicativo da Guiavet pode te ajudar nesse controle. Ao baixar o app, você consegue, de forma gratuita, preencher várias informações do seu pet,  como cuidados de banho e tosa, escovação de dentes, hidratação e alimentação, controles de antipulgas e carrapatos, além de todos os registros de vacina. Entre esses controles, está o de índice glicêmico do animal. 

Dentro do app, você consegue registrar o valor, hora que o índice glicêmico foi medido no animal e quem foi o responsável pela medição. Por lá, também é possível preencher a próxima data e hora que o controle será medido novamente. Assim, a plataforma emite alertas todas as vezes que esse prazo vencer. 

Dessa forma, tutores de cães e gatos com diabetes conseguem mensurar o índice sempre que necessário, além de mostrar o histórico ao médico veterinário que acompanha o pet. Já os demais, mantêm atualizado esse cuidado preventivo. Baixe agora o aplicativo da Guiavet gratuitamente e coloque os controles em dia. 

Postado em
April 20, 2023
na categoria
Saúde

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