U

ma doença comum na clínica de pequenos animais é a papilomatose canina. Geralmente, ela se manifesta com o aparecimento de verrugas na pele dos cães, principalmente na boca. 

Se você é o tutor e viu algum sinal desse tipo no seu cachorro, não se desespere. Apesar de comum, na maioria das vezes, ela não traz complicações sérias aos pets. O importante é se informar e levar seu cãozinho periodicamente ao médico veterinário. Para te ajudar a entender melhor sobre a doença, fizemos um texto com informações relevantes sobre a papilomatose canina. Continue a leitura! 

O que é a papilomatose canina?

A papilomatose canina é uma doença infectocontagiosa causada por um vírus do gênero Papilomavírus. Esse parasita não é envelopado e a ausência de envelope confere maior resistência no ambiente.

A ocorrência da papilomatose em cães é muito comum em todos os estados do território brasileiro. De forma geral, os casos da doença são consideravelmente altos, principalmente, em canis e ambientes fechados com grande quantidade e rotatividade de cachorros. 

A enfermidade é caracterizada pelo aparecimento de papilomas, tumores epiteliais benignos que surgem na pele do seu pet em formato de verrugas. Essas lesões se iniciam como pequenos nódulos, lisos e brancos, que podem evoluir para massas cinzas e pedunculadas que lembram bastante o aspecto de uma couve-flor. Os papilomas podem aparecer de forma isolada ou serem múltiplas lesões.

A papilomatose canina é conhecida por ser contagiosa  e por afetar cães de todas as idades, sexo e raças. A doença pode ocorrer também em qualquer época do ano, porém, ela ocorre com mais frequência em animais que já estão com o sistema imune debilitado por algum motivo.

Como é a transmissão? Papilomatose canina passa para humanos?

Como já citamos, a papilomatose canina é altamente contagiosa. A transmissão pode ocorrer por contato direto ou indireto com secreções ou sangue oriundos dos papilomas presentes nos cães contaminados ou através de objetos contaminados. Dessa forma, um cão infectado pelo vírus pode transmitir a doença quando entra em contato com um cachorro sadio através de mordidas, lambidas e até mesmo compartilhamento de comedouros e bebedouros, brinquedos, entre outros objetos. 

O vírus possui um período de incubação entre 1 e 2 meses, sendo que o cão pode possuir o vírus no organismo e a doença se manifestar apenas após esse período.

Apesar da papilomatose canina afetar pets de todas as idades, vemos que a doença é mais frequente em filhotes e cães idosos, já que esses animais possuem o sistema imunológico mais frágil. Cães que possuem alguma outra doença ou até mesmo aqueles que têm uma alimentação desequilibrada também podem estar mais suscetíveis ao vírus.

Atenção, tutor! É importante que você saiba que a papilomatose afeta somente cães! Esse vírus não contamina pessoas e outros animais. Portanto, a papilomatose canina não passa para humanos!

Quais são os sintomas?  Existem complicações?

O principal sintoma da papilomatose canina é o aparecimento de verrugas pelo corpo. Geralmente, elas surgem, principalmente, na região ocular, focinho, boca, gengiva e garganta, mas também podem aparecer na barriga, almofadinhas digitais e espaço interdigital, e genitais. O local mais acometido é a boca. A consistência é dura, tem forma  irregular e superfície áspera. A coloração pode variar entre branca, rosa, cinza e preta. 

O pet pode apresentar apatia e prostração, além de sintomas mais específicos de acordo com a localização da verruga. Caso haja a presença dessa lesão na boca do cachorro, por exemplo, ele pode apresentar falta de apetite, mau hálito e salivação excessiva. Já se a verruga estiver na pálpebra, pode acabar lesionando o olho do cão e levar a complicações oculares como conjuntivite e úlceras. 

Na maioria dos casos, ela não é uma doença perigosa e não traz complicações graves aos pets. Porém, dependendo da localização das verrugas, o cão pode sentir incômodo e as lesões podem se transformar em feridas, causando dor e até com risco de evoluir para uma infecção secundária. Em raros casos pode  gerar dificuldade respiratória, quando essas verrugas obstruem as vias aéreas do animal. 

Além disso, em cães que estejam com a imunidade baixa ou com o organismo comprometido por algum motivo, como por doenças infecciosas (erliquiose, cinomose, parvovirose, babesiose e leishmaniose), a papilomatose canina pode se tornar crônica e adquirir aspectos de malignidade, gerando complicações graves para o pet. 

Cães que já tiveram a doença podem ter novamente?

Os cães que apresentarem em alguma vez na vida o papiloma vírus e sofreram regressão total da doença geralmente são resistentes a uma nova infecção.  Porém, em casos em que o pet tenha uma recidiva, causada por deficiências na imunidade do pet, pode haver uma reinfecção. 

Papilomatose canina: tratamento e diagnóstico 

O diagnóstico da papilomatose em cães é feito através da observação dos sinais clínicos durante a avaliação física, do histórico do pet relatado pelo tutor e através da análise dessas verrugas pelo médico veterinário. 

Quase sempre, o papiloma costuma retroceder de forma espontânea no período de 4 a 8 semanas. Caso não aconteça a  regressão, principalmente quando o sistema imunológico do pet não está agindo corretamente, ou se o número de papilomas é muito grande ao ponto de gerar complicações para o pet, deve ser feita a remoção cirúrgica em ambiente hospitalar com o correto preparo do paciente e sob sedação. 

De acordo com a avaliação do seu médico veterinário de confiança e com o quadro do seu pet, o  uso de drogas antivirais, medicações imunomoduladoras que atuam no sistema imunológico promovendo o aumento da resposta orgânica contra vírus, bactérias, microrganismos e  protozoários, podem ser opções a serem utilizadas.

A imunoterapia também pode ser uma opção de tratamento. Ela é feita através de uma vacina, onde é realizada a fabricação de um medicamento injetável do próprio papiloma retirado do pet. Dessa forma, essa dose contém o papilomavírus mais enfraquecido. 

Existe também como método de tratamento a crioterapia. Ela consiste em utilizar baixas temperaturas com o objetivo de destruir os papilomas, porém pode levar a lesões em terminações nervosas, vasos e tendões. 

Outra opção é a auto-hemoterapia, na qual são feitas aplicações do sangue autólogo (sangue do próprio paciente), por via intramuscular. Esse tratamento tem o objetivo de estimular o sistema imunológico do pet, podendo aumentar o número de anticorpos circulantes. A quimioterapia também pode ser vista como opção de tratamento, principalmente em casos mais graves. 

Em alguns pacientes, o uso de medicamentos homeopáticos é levado em consideração. Segundo artigos, a utilização desta terapia pode ser estimular as defesas inespecíficas do organismo, promovendo, assim, a eliminação do agente agressor e o desaparecimento das lesões. Além disso, por causa das inflamações e infecções que podem ocorrer devido ao surgimento de feridas, o uso de antibióticos, antiinflamatórios e suplementos podem ser necessários. 

Porém o melhor tipo de tratamento será definido pelo seu médico veterinário após a avaliação do seu pet. Apenas um profissional pode orientar sobre as medidas certas respeitando o quadro apresentado e as particularidades do seu cão. 

A papilomatose canina é uma doença oportunista, de rápido diagnóstico e, caso receba  o protocolo terapêutico personalizado ao seu cão, têm grandes chances de ser resolvida. 

Atenção: em hipótese alguma forneça qualquer tipo de medicamento ou tente remover os papilomas por conta própria! Além de ferir ainda mais o seu pet, você pode acabar piorando o quadro dele e agravando a situação. Quanto mais cedo você notar algum sinal e levar seu cão para a consulta, mais rápido teremos a resolução do caso sem grandes complicações. 

Qual a melhor forma de prevenir a doença?

Cuidar da imunidade do seu cão e evitar o contato dele com um pet que tenha a doença é a melhor forma de prevenção. 

Lembre-se sempre de realizar avaliações periódicas do seu amigo de quatro patas. É muito importante realizarmos check-ups para garantir que o seu pet esteja saudável! Aqui, na Guiavet, conseguimos te ajudar! Somos uma completa de saúde veterinária que oferece todas as ferramentas para garantir cuidado completo para o seu peludo, como aplicativo gratuito para acompanhamento da saúde, telemedicina todos os dias da semana, consulta no conforto de casa, rede de parceiros com benefícios especiais e muito mais.

Baixe agora o app gratuitamente e atualize os controles do seu pet! 

Postado em
May 25, 2023
na categoria
Saúde